segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brasileiros consomem menos de 1/3 dos alimentos que podem barrar o câncer


Os brasileiros estão ingerindo menos de 1/3 dos alimentos recomendados para a prevenção do câncer. É o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 28 de julho.

Como mostram os dados da POF, o consumo diário de frutas, legumes e verduras é de apenas 126,4 gramas - menos de um terço dos 400 gramas mínimos recomendados para se prevenir o câncer.

O Fundo Mundial Para Pesquisa Contra o Câncer (WCRF, sigla em inglês) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam que, se a população brasileira passasse a consumir diariamente 400 gramas (no mínimo) desses alimentos, um em cada três casos de câncer de cavidade oral (boca, faringe e laringe), um em cada três casos de câncer de pulmão e um de cada quatro casos de câncer de estômago deixariam de ocorrer.

O relatório Políticas e Ações Para a Prevenção do Câncer no Brasil ressalta que a combinação da alimentação saudável e da atividade física é capaz de prevenir 63% dos casos de câncer de boca, faringe e laringe, como também 60% dos tumores de esôfago e 52% dos casos em que a doença atinge o endométrio.

Conforme os estudos do Inca, as carnes (incluindo peixes e aves) salgadas e processadas também deveriam ser evitadas para prevenir o surgimento de cânceres de estomago, cólon e reto, que estão entre os cinco mais incidentes na população brasileira. O consumo dessas carnes é atualmente de 100 gramas por semana, segundo a POF.

O alto teor calórico em alimentos de pequeno volume, como biscoitos, assim como a ingestão em demasia de bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, estão diretamente ligados ao ganho de peso e propensão à obesidade, que aumentam o risco dos cânceres de esôfago (23%), pâncreas (18%), vesícula biliar (10%), cólon e reto (5%), mama (14%), endométrio (29%) e rim (13%).

Estimativas do Inca revelam que, só até o fim de 2011, quase meio milhão de pessoas deverão receber o diagnóstico de câncer no Brasil. Desse total, as mulheres estão no topo do ranking, com cerca de 253 mil casos (52%), contra os 236 mil casos estimados para os homens.

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