Mais um importante passo
no desenvolvimento da vacina terapêutica contra a Aids foi anunciado nesta
quarta-feira (7), por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). Desta vez, será feito o estudo genético dos pacientes. Elaborada em
conjunto por cientistas das universidades federais de Pernambuco e do Rio de
Janeiro e da Universidade de São Paulo (USP), a vacina conseguiu resultados
animadores em 11 anos de estudos.
Até
então, dos 18 pacientes que fizeram o tratamento, nove conseguiram reduzir a
quase zero a sua carga viral. “A carga viral quase zerou. Chegou a valores
extremamente baixos, partindo de uma situação com 30 mil cópias, 50 mil cópias
do vírus, chegaram a um nível que chamamos de indetectável. Os sintomas
praticamente desapareceram nesses pacientes”, comentou o geneticista Sérgio
Crovella.
Nesta
segunda fase, os pesquisadores estão em busca de respostas para entender porque
a vacina apresentou resultados significativos apenas em alguns pacientes. Além
dos 18 voluntários que testaram a vacina terapêutica na primeira fase, mais 25
portadores do vírus HIV foram vacinados para avaliação e acompanhamento.
Para
alcançar este resultado os pesquisadores farão o estudo do genoma completo dos
pacientes, a fim de estabelecer a relação direta entre a predisposição genética
dos portadores do vírus HIV e a resposta à vacina terapêutica. A partir daí os
pesquisadores deverão concluir as análises genéticas, para então fazer uma
triagem dos pacientes que reagem melhor ao tratamento e, enfim, aprimorar a
vacina.
“A
gente vai colocar a palavra "fim", pelo menos na parte genética dos
pacientes. Ou seja, estudando o genoma completo a gente vai saber o que o
paciente tem, em nível de predisposição ou suscetibilidade, para ter uma
resposta boa ou fraca à vacina”, explicou Sérgio Crovella.
Os
pesquisadores informaram ainda que só depois desta fase da identificação dos
fatores genéticos envolvidos no sucesso da vacina – que deve durar dois anos –
é que começa a terceira fase, envolvendo um número maior de pacientes. Eles
também esclareceram que a vacina terapêutica não é preventiva, e sim um
tratamento, para aqueles que já contraíram o vírus HIV.
Outra
boa notícia anunciada pelos cientistas da UFPE foi a liberação de R$ 4 milhões,
que serão voltados para a construção do Núcleo de Excelência, devotado ao
estudo de doenças genéticas complexas. Segundo eles, esse núcleo da UFPE deverá
tratar pacientes do SUS com problemas genéticos.
Do G1 PE
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