terça-feira, 6 de novembro de 2012

Burocracia ainda atrasa ações de enfrentamento à estiagem, diz Alepe


O Comitê Integrado de Enfrentamento à Estiagem em Pernambuco apresentou, nesta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa (Alepe), no Recife, as ações da Operação Seca executadas pelo governo estadual. A estiagem atinge 1,2 milhão de pessoas. Atualmente, 122 municípios estão em estado de emergência. O poder legislativo criticou a burocracia em alguns trâmites legais, o que acarreta atrasos em algumas atividades.

O Comitê atendeu ao convite da Alepe e apresentou os números da operação, durante à tarde. "É importante que a casa legislativa tenha conhecimento das ações para poder contribuir, ajudar e sugerir, fortalecendo o trabalho, já que esse problema exige uma ação coletiva de todos os segmentos políticos e sociais", disse o líder do governo na Assembleia, o deputado Waldemar Borges, que convocou a sessão extraordinária.

Atualmente, 182 mil agricultores estão recebendo ajuda em dinheiro dos governos estadual e federal. Os 102 mil que aderiram ao Garantia Safra estão recebendo um seguro de R$ 680, além do Chapéu de Palha Estiagem, no valor de R$ 280. Os outros 80 mil agricultores que não fizeram adesão ao Garantia Safra, estão recebendo R$ 400 do Programa Bolsa Estiagem e mais os R$ 280 do Chapéu de Palha Estiagem. 

De acordo com o Banco do Nordeste, na linha de ações de âmbito econômico já foram realizadas 22 mil operações de crédito emergencial no valor de R$ 197,4 mil.


No atendimento emergencial de água, 25 mil caixas d'água e 160 mil filtros para o tratamento de água potável estão sendo distribuídos. Quase 1,5 mil carros-pipa foram contratados pelo governo do estado e Exército. Os caminhões contratados pelo governo estadual estão sendo monitorados por GPS. Cento e cinquenta dessalinizadores serão instalados no Sertão e outros 50 recuperados.

Na área de infraestrutura hídrica, mil poços serão construídos, 400 perfurados e mais 400 recuperados. Vinte e uma mil cisternas de água para o consumo estão sendo construídas e 15,5 mil para produção. Além de novos açudes, barragens e barreiros.

Para a Secretaria Estadual de Agricultura começou agora a pior fase da seca. Esse momento crítico deve durar até a chuva voltar, o que, de acordo com previsões da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), só deve ocorrer em fevereiro de 2013.

Até lá, o rebanho de Pernambuco vai sofrer uma grande baixa. Oitocentos mil animais devem sair da conta do estado, o que representa 20% dos animais. Para tentar salvar o rebanho, foram entregues 6,9 mil toneladas de milho. No total, serão disponibilizadas 38 mil toneladas a preço subsidiado pelo governo federal até o final do ano.

Para ajudar no transporte da ração aos municípios foram investidos recursos estaduais no valor de R$ 2,5 milhões. A previsão é atender a 17 mil criadores familiares cadastrados pela Conab.

Foram distribuídas ainda 6,1 mil toneladas de cana-de-açúcar e 2,7 mil toneladas de bagaço com recursos do governo estadual, ao custo de R$ 266,6 mil. Para amenizar o prejuízo dos criadores, foi lançado o PAA Especial Caprinos e Ovinos, que vai adquirir 150 mil animais de 7,5 mil produtores por meio da compra direta. O investimento chega a R$ 30 milhões.

Após exposição do Comitê, o deputado Waldemar Borges adiantou que alguns pontos precisam avançar. "Ficou muito clara a necessidade que se supere alguns problemas burocráticos, como no que diz respeito, por exemplo, à recuperação de milhares de poços. O choque entre o mundo real e formal precisa ser enfrentado com muita força. O governo do estado tem feito isso, mas é preciso envolver mais parceiros, como o governo federal, pois [a burocracia] ainda atrasa respostas que deveriam ser rápidas", explicou.

Do G1 PE

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