
Gehringer começou lembrando do tempo que trabalhava em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, há cerca de 40 anos. Época que beijou a mão de Frei Damião. Época que o pernambucano também se lamentava muito, se achando escanteado do processo de desenvolvimento econômico. Hoje, ele diz que vê outro cenário, em todo o Brasil.
Atualmente, há seis milhões de micro e pequenas empresas formais no país. Em cinco anos, serão nove milhões. O que fazer para virar um micro-empresário? "Não há uma lista de coisas a ser feita, também não é algo impossível. O que eu gosto no empreendedor brasileiro é que ele tem menos necessidade de ganhar dinheiro. Abre um negócio mais para se sentir bem, útil e humilhar o cunhado", brincou.
Ele lembrou de uma famosa estatística: 50% das empresas não duram três anos. Mas fez a plateia olhar a informação, aparentemente drástica, por outro ângulo. "Esse percentual vale para quem abre o negócio pela primeira vez; na segunda, cai para 30%; na terceira, para 10%. Então, abram e quebrem o mais rapidamente possível, porque na terceira vez você tem 90% de chance de dar certo", concluiu.
Dicas
Gehringer alertou que é preciso estudar, ressaltando que "o curso de administração é perfeito para quem está confuso na vida e não sabe o que fazer". Ele confessou que, quando mais jovem, não sabia qual profissão queria seguir. Hoje, entende exatamente qual o seu diferencial: entender gente. Assim, dedicou bastante tempo da carreira profissional observando, testando e aprendendo com funcionários que passaram pela mão dele.
Ele dividiu a bagagem com o público, soltando boas dicas, como a importância de saber se expressar, buscar orientação profissional e "se tiver uma mulher bonita e simpática do seu lado, sorria para ela, porque ela vai ser a sua chefe". "A gente [homens] toma decisões de forma muito lenta, convoca reunião para tudo. No século 21, as pessoas tomam decisões com 40% dos dados e tendo que acertar em 98% dos casos. Quem sabe fazer isso melhor? A mulher, porque ela ainda usa a intuição, isso explica porque há tantas mulheres em cargos de presidência", disse.
O palestrante ainda divertiu o público falando sobre a época em que contratava pessoas para trabalhar na empresa que gerenciava. A cada recordação, uma dica importante para os empreendedores. "Sempre busco pessoas que tenham emoções, bons motivos para trabalhar comigo e ambições", resumiu.
Por fim, afirmou que a aposta só dá certo quando o empreendedor enxerga uma oportunidade, entende como ela funciona e prepara para o trabalho. Destacou as consultorias prestadas pelo Sebrae e pediu que todo mundo aproveitasse as mais de 300 palestras que a Feira oferece este ano.
Destaques
A Feira do Empreendedor ocorre no Centro de Convenções, em Olinda, até o sábado (20). No evento, é possível virar empreendedor individual, realizando um cadastro simples no balcão de atendimentos do Sebrae. Na sexta-feira (19), o Fórum E! realizará várias palestras, entre os temas, turismo, economia criativa e economia digital.
Para quem já é empresário, é possível agendar a visita de um consultor do Sebrae na empresa do participante interessado. O serviço consiste no levantamento geral e diagnóstico do estabelecimento, com a criação de um plano de ação.
Em outro espaço da feira, o participante pode encontrar chances de inserir seu empreendimento em cadeias produtivas de diversos setores. No Canal do Fornecedor, pode-se cadastrar a empresa para participar de licitações e virar um fornecedor do Sistema Sebrae.
Já na Arena Virtual, os empreendedores podem melhorar e otimizar os negócios com as ferramentas disponíveis na internet. Jalan, HP, Google, Talk Fusion, Atrox e Site.com estão com estandes no local. Sustentabilidade é outro espaço da feira, que apresenta ideias e oportunidades sobre o assunto, com minipalestras, vídeos e ações interativas.
No Inovarejo, oficinas rápidas com o método TEvEP planejam um novo negócio, a ampliação de uma empresa, o aumento de vendas, entre outros. A ideia é construir um plano empresarial e montar uma loja ideal.
Há também um espaço temático voltado para oportunidades geradas antes, durante e após um evento mundial, como a Copa do Mundo de 2014. Em terminais de computadores, são dadas orientações como valor de investimento e requisitos necessários. As dicas contemplam setores de indústria, comércio, serviços e agronegócios.
Entre os expositores, há instituições com serviços, produtos, projetos e programas com foco nas micro e pequenas empresas; além de empresas industriais, comerciais e franquias.
Do G1 PE
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