Pecuaristas de Pernambuco que vêm sofrendo com os efeitos da seca na produção leiteira receberão ajuda do Governo do Estado.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (5) pelo governador Eduardo Campos e o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, em São Bento do Una, no Agreste, durante encontro com os produtores de leite. Na ocasião, eles divulgaram as ações de assistência ao rebanho da bacia leiteira, entre elas a aquisição de 120 mil toneladas de cana-de-açúcar, que serão distribuídas para os pecuaristas.
De acordo com o governo, cerca de R$ 15 milhões serão destinados para esta medida. Ao todo, as ações realizadas pelo Executivo estadual para socorrer os pecuaristas somam um investimento de R$ 33 milhões e garantem, principalmente, o alimento dos rebanhos.
A cana-de-açúcar será comprada por produtores pernambucanos e repassada para criadores da bacia leiteira, que não precisarão fazer nenhum cadastro. Além disso, o Governo do Estado vai ampliar a entrega de milho, fornecido através do Programa Venda Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e vendido por R$ 18,12 a saca. Isso será possível porque dos 11 novos armazéns de entrega do produto, nove já estão em operação. Os outros dois, em Petrolândia e Bodocó, ambos no Sertão, estão aguardando a autorização do Ministério da Agricultura para entrar em funcionamento.
Pecuaristas do Estado já amargam queda de 60% em sua produção, o que obriga fazendeiros a deixarem suas terras em busca de outras formas de sustento. Os alimentos deverão dar força ao rebanho de 2,5 milhões de bovinos e 3,5 milhões de caprinos e ovinos. Segundo a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, a recuperação da agropecuária é uma prioridade, pois o setor é estratégico para o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco.
A queda nos números assusta: dos 2,3 milhões de litros de leite que eram produzidos diariamente em Pernambuco, atualmente são produzidos apenas 900 mil. Com a estiagem, produtores precisam buscar alimento para os animais em Alagoas.
Enquanto isso, o bagaço da cana e a palma do cacto se tornam produtos cada vez mais raros. A tonelada de bagaço, por exemplo, chega a custar R$ 120, enquanto a palma – praticamente dizimada em Pernambuco, graças a uma praga conhecida como Cochonila do Carmim – varia entre R$ 150 e R$ 800.
Além dessas medidas, o governo anunciou a prorrogação do aumento no valor da compra do litro de leite ao pequeno pecuarista, que será vendido a R$ 1 até maio de 2013. O governador anunciou ainda a implantação de 126 hectares - de um total de mil - de sementes de palma-forrageira, bem como a cessão de um trator para o preparo do solo no plantio de mudas de palmas.
Do G1 PE
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