A gripe A H1N1, com 210 mortes no País, teve mais dois casos confirmados em Pernambuco, um deles letal. Bernadete Avelino da Silva, 42 anos, morreu no dia 1º de junho, mas só nesta terça (31) a Secretaria Estadual de Saúde divulgou a confirmação. A mãe dela, segundo a SES, também contraiu a doença, mas sobreviveu. Ambas são de Salgueiro, a 520 quilômetros do Recife, no Sertão Central.
Bernadete era portadora da síndrome de Down e deu entrada no Pronto-socorro São Francisco apresentando quadro de infecção aguda. Apenas 20 horas depois do internamento faleceu. "Inicialmente o diagnóstico foi de pneumonia e ministramos dois antibióticos potentes antes do resultado de qualquer exame", diz o diretor do hospital, conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS), Francisco de Assis Alves de Carvalho.
Segundo ele, a radiografia e a tomografia revelaram hemorragia nos dois pulmões. "Mas pelo exame de sangue descartamos a infecção e verificamos que se tratava de uma doença viral", diz o clínico-geral.
A mãe dela, Maria Isabel da Silva Avelino, 76, apresentou os mesmos sintomas - febre e dores no corpo - e foi submetida a tratamento com antibiótico. "Nem chegou a tomar Tamiflu (antiviral prescrito para casos de H1N1)", diz Francisco de Assis.
Para o prefeito de Salgueiro, Marconi Libório, as duas contraíram o vírus em Alagoas. "Foram fazer um passeio numa praia perto de Maceió e depois do retorno ficaram doentes", diz. De acordo com ele, mais de 70 pessoas, entre vizinhos e parentes das duas, foram vacinadas. "Fizemos um bloqueio à doença e hoje a cidade não tem mais nenhum caso."
O diretor do hospital descarta a possibilidade. "A viagem ocorreu um mês antes. É mais provável que as duas tenham mantido contato com um caminhoneiro. Há muitos deles na cidade, alguns provenientes do Sul do País, que está passando por um surto da doença."
O médico Vicente Vaz, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, referência em doenças infecciosas, acredita que o fato de Bernadete ter síndrome de Down tenha deixado a vítima mais vulnerável ao H1N1. "Pessoas com a síndrome podem ter doenças cardíacas associadas, o que deve ter favorecido a doença", esclarece. Ele recomenda pacientes com febre por mais de 48 horas e falta de ar a procurarem imediatamente um médico.
Na nota, a SES informa que este ano foram notificados 11 casos da gripe H1N1. "Durante todo o ano de 2011, foram seis notificações e uma confirmação, que evoluiu para óbito", diz o comunicado à imprensa.
Do JC Online
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