quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sociedade Interamericana de Imprensa vê retrocesso democrático na América Latina


O assédio do narcotráfico e dos governos latino-americanos de esquerda à liberdade de imprensa são comparáveis aos efeitos nocivos que as ditaduras militares tiveram nos anos 60 e 70 nessa parte do continente. O alerta foi feito pelo novo presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), Gonzalo Marroquín, que assumiu o cargo ontem, no encerramento da 66.ª Assembleia-geral da organização. Reunidos em Mérida, no México, desde sexta-feira, 575 membros da SIP encerraram o encontro alertando para o que eles consideram ser um quadro sombrio, de retrocesso democrático na América Latina. Ricardo Trotti, diretor para Liberdade de Expressão da SIP, entidade que representa mais de 1,3 mil empresas privadas de comunicação, disse que a reunião de Mérida assegurou a inserção na agenda pública da premissa de que a liberdade de expressão é um direito de todos os cidadãos. Para ele, a pressão que governos como os da Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina exercem sobre a imprensa pode ser comparada ao cerco das ditaduras militares de décadas passadas. Segundo Trotti, ainda hoje é preciso defender a ideia de que a liberdade de imprensa é um fundamento de qualquer sistema democrático. O Brasil também despertou preocupação na SIP, tanto pelos assassinatos de dois jornalistas ocorridos em outubro, um no Rio de Janeiro, outro no Rio Grande do Norte, quanto pelas tentativas do governo de exercer controle social sobre a imprensa por meio de propostas como as que foram debatidas na Conferência Nacional de Comunicação. A censura sobre o jornal O Estado de S. Paulo que está há 467 dias proibido de publicar notícias sobre a operação da Polícia Federal que investiga o empresário Fernando Sarney também foi condenada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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