segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Esquenta a disputa para a presidência do Senado Federal


A proximidade do fim do ano legislativo esquentou a bolsa de apostas em torno da sucessão do atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O chefe do Congresso Nacional anunciou que não deve tentar a reeleição em fevereiro. Sem Sarney na disputa, o xadrez político na Casa aponta para pelo menos três fortes nomes. Homem de confiança do atual presidente, Edison Lobão (PMDB-MA) seria a escolha natural, patrocinada pelo governo federal e pelo próprio partido. No entanto, os nomes de Eunício Oliveira (PMDB-CE), também com bom trânsito na legenda e no Palácio do Planalto, e de Renan Calheiros (PMDB-AL), que articula para tentar se reabilitar, depois de ter renunciado ao posto em 2007, circulam nos bastidores políticos. Pelo regimento interno do Senado, a Presidência da Casa pertence ao partido com maior número de senadores. A partir de janeiro, o PMDB terá 19 parlamentares, contra 14 do PT e 10 do PSDB. Entre os quadros atuais da legenda, quatro senadores são apontados como possíveis sucessores de Sarney - e têm trabalhado para alcançar o posto, mesmo que timidamente. Além de Calheiros, Lobão e Eunício, Garibaldi Alves (PMDB-RN) também é cotado para voltar ao posto que ocupou entre 2007 e 2008. Segundo parlamentares do próprio PMDB, a aposta principal para a sucessão de Sarney recai mesmo sobre o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A alta cotação da candidatura do senador maranhense se deve à relação próxima com a presidente eleita Dilma Rousseff e com o próprio Sarney. Lobão tem a vantagem de não ter sido alvejado por denúncias recentes e conta com bom trânsito no partido. Dos outros três nomes cotados, o que apresenta melhores chances de participar da disputa é Eunício Oliveira. O atual deputado federal só teria caminho livre, no entanto, se Lobão assumisse um ministério. Embora tenha o controle da legenda no Senado, Calheiros teria dificuldades para se eleger por conta da resistência dos outros partidos na Casa. Mesmo entre parlamentares governistas, estão vivas as denúncias de que ele teria pagado pensão a uma filha com dinheiro de empreiteira, além de superfaturar dados de rebanhos de gado. Uma possível volta de Garibaldi ao maior posto do Legislativo também estaria descartada, por ora, por conta da postura independente do senador em relação ao governo federal. Nas últimas eleições, o parlamentar foi contra a orientação do próprio partido e apoiou a eleição de Rosalba Ciarlini (DEM) ao governo do Rio Grande do Norte, além da reeleição de José Agripino (DEM-RN) ao Senado. Também pesa contra Garibaldi o fato de o primo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ser a escolha do partido para ocupar a Presidência da Câmara dos Deputados, o que deixaria as duas Casas sob o controle da mesma família, caso o senador fosse eleito. Se as negociações pela sucessão no Senado ainda acontecem apenas dentro dos gabinetes, na Câmara dos Deputados a disputa pela Presidência da Casa já está deflagrada. Por acordo firmado entre os presidentes do PT, José Eduardo Dutra, e do PMDB, Michel Temer, o posto será divido entre os dois partidos nos próximos quatro anos, em um biênio para cada.

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