A apresentadora Hebe Camargo faleceu na madrugada deste sábado (29) após uma parada cardíaca. Hebe vinha lutando há algum tempo contra um câncer no peritônio (membrana que envolve os órgãos digestivos), mas já havia se recuperado da quimioterapia e da operação e afirmou que estava preparada para retornar ao trabalho.
Mesmo assim, a apresentadora não resistiu e foi encontrada morta em sua cama por volta das 10h do sábado (29). Sua morte comoveu o Brasil todo, e seu velório na noite de sábado contou com a presença de familiares, amigos e fãs, que lotaram o Palácio dos Bandeirantes para dizer um último adeus à Hebe Camargo.
Durante mais de 60 anos na frente das câmeras, Hebe Camargo criou um estilo inconfundível, que ficou marcado na memória de cada um de nós. Uma carreira que se confunde com a própria história da TV brasileira.
O filme que registra a primeira vez que Hebe apareceu na TV é de 1950, o mesmo ano em que a televisão foi inaugurada no Brasil.
De família pobre, Hebe Camargo começou no rádio, cantando em shows de calouros. Mas foi na televisão que Hebe se tornou um ícone nacional. Em 1966, ela estreou um programa de entrevistas domingo à noite. Um caso de amor eterno entre a apresentadora e o público. Hebe virou líder de audiência e não deixou mais de comandar programas durante mais de meio século.
“A Hebe era única porque juntava duas coisas aparentemente impossíveis, que é o fato de ser uma pessoa muito próxima dos fãs, que se sentiam muito dentro da casa dela, e, ao mesmo tempo, uma diva”, diz a consultora de moda Glória Kalil. “A proximidade dela com a moda era mais no cabelo. Viajando pelo Brasil todo e conversando com os cabeleireiros, eles sempre me falaram que o topete ou o jeitão do cabelo ou a cor sempre mais pedido e copiado eram os cabelos da Hebe”, acrescenta Glória.
A amiga e joalheira Lydia Sayeg acompanhou Hebe durante anos e confeccionou a maioria das joias que a apresentadora usava. “Eu, Lydia Leão Sayeg, nunca vi Hebe Camargo sem joia. Nunca. Ela sempre teve muito bom gosto. E não tem nada demais você gostar de brilhar. E ela era uma estrela”, afirma Lydia.
E Hebe gostava de brilhar intensamente. “Nada podia ser fininho. Tudo tinha que ser grande; punhos, coleiras, tudo grande. Ia dormir chique, acordava chique, tomava café da manhã linda. Tudo linda. E ela era linda. Dormia linda, acordava linda” diz Lydia.
“Ela tinha a força do cabelo louro, lindo, a força das joias. Eu sou do tempo que minha bisavó ligava a televisão para saber a roupa que a Hebe estava. Isso perdurou por uma vida inteira”, conta a apresentadora Astrid Fontenelle.
E para se vestir, Hebe sempre teve um estilo próprio. “Cada vez que eu encontrava com a Hebe, ela fazia uma pose, botava o pezinho para frente e falava: ‘Que tal a perua hoje?’ E eu dizia: ‘melhor impossível!’ A Hebe era sexy, ela gostava de roupa justa, de roupa transparente, de roupa mais curta que mostrava o corpão. A Hebe sempre teve um corpão”, diz Glória Kalil.
Em uma entrevista para Marília Gabriela, quando completou 80 anos, ela falou de como gostava de se vestir: “Até agora eu me visto sem a preocupação de vestir uma roupa para mulher de 80. Eu estou com um vestido que está em cima do joelho. Eu não estou gorda, eu estou em um peso relativamente bom. Eu quero aproveitar. Eu ouso, eu ouso”, afirmou Hebe na ocasião.
Ousada a ponto de passar a cumprimentar os entrevistados com um selinho, que virou uma marca registrada. Mas às vezes, Hebe passou um pouco do simples beijinho.
Um estilo que começou a ser criado em 1950, com o início da televisão.
Com informações do G1
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