Moradores das cidades de Agrestina e de Bezerros, no Agreste pernambucano, estão revoltados com a falta de médicos. De acordo com eles, depois das eleições municipais houve demissão em massa e os postos de saúde da família estão sem atendimento. O resultado é a superlotação e muita demora para conseguir atendimento.
Em Agrestina, o único hospital da cidade não está dando conta da demanda. A unidade é filantrópica e é mantida pelo repasse de verba dos governos estadual e federal. De acordo com a diretoria, a demanda dobrou por causa da falta de médicos nos postos de saúde do município. “Estamos com essa superlotação desde segunda-feira [15]. A gente percebeu que a demanda aumentou muito e, por conta disso, nós estamos em busca do secretário de Saúde para nos reunirmos e saber o que aconteceu, porque os boatos dizem que houve uma demissão em massa”, comentou Amélia Maria Borges, diretora do hospital.
A equipe da TV Asa Branca, afiliada da TV Globo, foi até a prefeitura de Agrestina para tentar uma resposta do executivo municipal. A prefeita Carmem Azevedo Alves, que não foi reeleita, não quis falar com a equipe sobre o problema.
A situação é semelhante em Bezerros. “Todos os médicos da atenção básica foram demitidos, e também os profissionais das policlínicas, das especialidades, as cirurgias foram canceladas. Tudo foi prejudicado”, relatou o médico Hamílton Alves.
O transporte escolar da cidade também foi afetado. O estudante do terceiro ano Leonardo Vasconcelos precisou andar mais de cinco quilômetros para ir à aula; o ônibus que ele usava, que era cedido pela prefeitura, foi suspenso. “Dá um pouco de falta de estímulo, mas como o Enem está chegando, a preocupação é grande e sempre temos que estar, mesmo com falta de disposição, acordando cedo, fazendo uma caminhada enorme, chegando à escola suado, mas tem que ir de todo o jeito”, comentou o estudante.
A diretoria da escola informou que cerca de 30% dos alunos que deveriam estar em sala de aula faltaram nesta quinta-feira (18). Os que foram são de outras cidades ou tiveram que pagar pelo transporte.
De acordo com uma nota enviada pela Prefeitura de Bezerros, os cortes foram feitos para que o valor da folha de pagamento fique dentro do que é permitido pela lei de responsabilidade fiscal. O texto ainda informa que a verba do fundo de participação do município, que é enviada pelo governo federal, teria sofrido uma redução.
As prefeituras de Agrestina e Bezerros também não divulgaram a quantidade de demissões.
Do G1 PE
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