Deve começar ainda neste ano a segunda fase de testes de vacina para a prevenção da esquistossomose. A notícia foi dada pela pesquisadora Mirian Tendler, do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, durante uma palestra ministrada para alunos e professores de escolas do Recife e de Paudalho, município da Zona da Mata de Pernambuco. O evento aconteceu na manhã desta terça-feira (16), no Campus Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.
De acordo com o Instituto de Pesquisas Aggeu Magalhães, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pernambuco é hoje o segundo estado do Brasil em número de casos de esquistossomose, atrás apenas de Alagoas. Ainda segundo a pesquisa, 20% da população pernambucana tem o parasita no organismo.
A doença é transmitida por caramujos, que tiveram contato com água contaminada por fezes de pessoas infectadas com ovos do parasita schistosoma, transformados em larvas. Ao voltarem à água em vales de irrigação, açudes e córregos, os moluscos infectam novas pessoas, principalmente através dos pés e das pernas.
Professora de um colégio em Paudalho, Severina Freitas viu o pai falecer por conta da doença. Ele teria crescido em um engenho na Zona da Mata, e fazia dos banhos de rio um ato costumeiro. Aos 60 anos, percebeu a doença quando começou a vomitar sangue. “No período que foi diagnosticada a doença, até o falecimento, ele não passou mais de um ano”, falou Severina.
O município pernambucano tem na esquistossomose um grave problema: atualmente, 87 moradores de Paudalho estão em tratamento por conta da doença. Após 30 anos de estudos, a vacina brasileira está cada vez mais perto de ajudar as pessoas afetadas pela enfermidade.
Miriam Tendler explicou que a vacina já foi testada em um grupo de homens, e que o próximo passo é realizar testes em mulheres. Em 2013 será a vez de crianças de áreas onde há grande quantidade de pessoas infectadas. “Isso é feito gradativamente. Primeiro se começa com um número pequeno, então vai se aumentando o número de pessoas incluídas no teste clínico, de modo que nos próximos três a quatro anos, isso deve estar assegurado, e vai poder ser disponibilizado para a população”, assegurou a pesquisadora.
Do G1 PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentáro a respeito.