Seis em cada dez pessoas em todo o mundo dizem que a corrupção aumentou nos últimos três anos e uma em cada quatro afirma que pagou suborno apenas no ano passado. Os dados fazem parte do 2010 Global Corruption Barometer (Barômetro da Corrupção Global 2010, em tradução literal), publicado nesta quinta-feira (9) pela organização não governamental Transparência Internacional. O levantamento registra experiências e visões de mais de 91.500 pessoas em 86 países e territórios e é, atualmente, a única pesquisa de opinião que aborda a corrupção global. As visões mais negativas sobre o tema foram registradas na Europa Ocidental e na América do Norte, onde 73% e 67% da população, respectivamente, declararam que a corrupção aumentou nos últimos três anos. Uma em cada quatro pessoas relatou ter pago suborno para instituições ou serviços, desde a área de saúde até impostos. A polícia é citada como a maior receptora de subornos – cerca de 30% das pessoas que têm contato com policiais disseram ter cometido o delito. De acordo com a Transparência Internacional, um dos dados mais preocupantes é que os subornos pagos a policiais quase dobraram desde 2006 e mais pessoas afirmaram ter dado dinheiro ao Judiciário para a obtenção de serviços. Mais de 20 países reportaram aumentos significativos em subornos que envolvem pequenas quantias de dinheiro desde 2006. As maiores taxas foram registradas no Chile, na Colômbia, no Quênia, na Macedônia, na Nigéria, na Polônia, na Rússia, no Senegal e na Tailândia. O índice mais elevado de corrupção em todo o mundo foi registrado na África Subsaariana onde mais da metade da população afirmou ter pago subornos. Pessoas mais pobres são duas vezes mais propensas a pagar subornos por serviços básicos como educação. Um terço da população mundial menor de 30 anos relatou ter pago subornos ao longo dos últimos 12 meses, sendo que o índice é de uma para cada cinco na faixa etária acima dos 50 anos. O relatório aponta que poucas pessoas confiam em seus governos e em seus políticos. Metade dos entrevistados afirmou que as ações praticadas por governantes para combater a corrupção em seus países são ineficazes.
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