segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EUA dizem que Brasília pode ser alvo de ataque terrorista


O espaço aéreo de Brasília é vulnerável ao ataque de terroristas, que podem usar um avião para atingir e destruir prédios públicos na capital federal, diz um telegrama secreto da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Datado de 28 de março do ano passado, o despacho diplomático faz parte do lote de milhares de telegramas obtidos pela organização WikiLeaks (wikileaks.ch). O então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, fazia comentários sobre a aplicação da Lei do Abate no Brasil. A legislação é de 1998. Entrou em vigor de maneira plena em 2004, quando foi regulamentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobel relatava aos seus superiores um episódio ocorrido em 12 de março do ano passado, quando um homem roubou um monomotor em Luziânia (GO), cidade a 56 km de Brasília. O pequeno avião era tripulado só pelo piloto e uma menina de 5 anos, sua filha. Ambos morreram quando o Embraer EMB-712 caiu no estacionamento do maior shopping center de Goiânia. O interesse dos norte-americanos é sobre como a Força Aérea Brasileira coloca em prática a Lei do Abate. Para que o piloto de um caça da FAB possa atirar para destruir um avião hostil é necessário passar por vários procedimentos -até uma ordem presidencial. O diplomata norte-americano explica haver uma lacuna na regulamentação da Lei do Abate no Brasil. A regra detalhada sobre ataque a aviões hostis se refere sobretudo a casos em que há suspeita de transporte de drogas ilícitas na vasta região Norte do Brasil, e não a potenciais ataques a cidades. Sobel conclui que os brasileiros consideram os seus procedimentos de abate eficazes, mas devem buscar formas de acelerar o processo decisório durante um potencial ataque terrorista.

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