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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vacina contra esquistossomose passa por 2ª fase de testes ainda neste ano Vacina contra esquistossomose passa por 2ª fase de testes ainda neste ano



Deve começar ainda neste ano a segunda fase de testes de vacina para a prevenção da esquistossomose. A notícia foi dada pela pesquisadora Mirian Tendler, do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, durante uma palestra ministrada para alunos e professores de escolas do Recife e de Paudalho, município da Zona da Mata de Pernambuco. O evento aconteceu na manhã desta terça-feira (16), no Campus Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Aggeu Magalhães, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pernambuco é hoje o segundo estado do Brasil em número de casos de esquistossomose, atrás apenas de Alagoas. Ainda segundo a pesquisa, 20% da população pernambucana tem o parasita no organismo.

A doença é transmitida por caramujos, que tiveram contato com água contaminada por fezes de pessoas infectadas com ovos do parasita schistosoma, transformados em larvas. Ao voltarem à água em vales de irrigação, açudes e córregos, os moluscos infectam novas pessoas, principalmente através dos pés e das pernas.

Professora de um colégio em Paudalho, Severina Freitas viu o pai falecer por conta da doença. Ele teria crescido em um engenho na Zona da Mata, e fazia dos banhos de rio um ato costumeiro. Aos 60 anos, percebeu a doença quando começou a vomitar sangue. “No período que foi diagnosticada a doença, até o falecimento, ele não passou mais de um ano”, falou Severina.

O município pernambucano tem na esquistossomose um grave problema: atualmente, 87 moradores de Paudalho estão em tratamento por conta da doença. Após 30 anos de estudos, a vacina brasileira está cada vez mais perto de ajudar as pessoas afetadas pela enfermidade.

Miriam Tendler explicou que a vacina já foi testada em um grupo de homens, e que o próximo passo é realizar testes em mulheres. Em 2013 será a vez de crianças de áreas onde há grande quantidade de pessoas infectadas. “Isso é feito gradativamente. Primeiro se começa com um número pequeno, então vai se aumentando o número de pessoas incluídas no teste clínico, de modo que nos próximos três a quatro anos, isso deve estar assegurado, e vai poder ser disponibilizado para a população”, assegurou a pesquisadora.

Do G1 PE

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