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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Situação precária em hospital público de Caruaru, PE


Na maior emergência do interior de Pernambuco, um homem recebe soro na veia sentado no chão enquanto espera vaga em um leito. O flagrante dentro do
Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, foi registrado em vídeo pelo acompanhante de um dos muitos pacientes que estão sofrendo com a atual situação em que se encontra a unidade. Nas enfermarias, faltam vagas, e muitos doentes ficam à espera de atendimento nos corredores do hospital.

O HRA é referência no atendimento a pacientes com traumatismo no estado. A emergência recebe quase três mil pacientes por mês, a maioria, vítimas de acidentes de trânsito em municípios da Zona da Mata, Agreste e do Sertão pernambucanos. Imagens gravadas pelo acompanhante do paciente mostram o corredor do hospital cheio de macas.

O irmão do costureiro Geílson Severino da Silva está há quatro dias internado no corredor HRA. “Ele chegou no sábado à tarde e era para ser atendido às nove da noite, mas não foi. No domingo de manhã, também não foi atendido. Depois de duas noites dormindo no chão frio, foi colocado numa maca no corredor do hospital. A direção falou que tinha muito paciente para pouco médico”, comentou.

Há um ano, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apura denúncias de superlotação e constatou que a situação se agrava nos finais de semana e feriados. Ainda de acordo com o MPPE, o número de funcionários – 1,5 mil no total – é insuficiente para atender a demanda de pacientes que procuram por atendimento. A direção fez um acordo com o Ministério Público se comprometendo a aumentar em 70 o número de leitos no setor de ortopedia até novembro.

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) conta, entretanto, que o principal problema da emergência do hospital é a pouca quantidade de médicos para fechar as escalas de plantão. “A gente reconhece que as escalas estão deficientes em cirurgia geral e ortopedia, basicamente. A demanda é muito grande; a gente sabe que é uma região que tem um grande número de acidentes de moto, por exemplo, o que demanda esse tipo de profissional. As escalas insistentemente não têm sido fechadas, continua havendo buraco, que é a falta de determinados profissionais e causa prejuízos para a população”, informou José Reinaldo, delegado regional do Cremepe.

Para o conselho, o número adequado para a emergência do HRA é de quatro a cinco cirurgiões gerais e de quatro a cinco ortopedistas por plantão. Em setembro, o Cremepe já tinha decidido restringir o atendimento no HRA, por conta da defasagem no quadro de funcionários.

A direção do hospital informou que dá prioridade às cirurgias dos pacientes em estado mais grave; por isso, outros pacientes esperam na fila. O hospital também reconheceu que a estrutura não é suficiente para atender a demanda pelo atendimento.

Do G1 PE

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