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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dentistas farão paralisação de atendimento a planos odontológicos


Dentistas de todo o país vão paralisar o atendimento a planos odontológicos na próxima quinta-feira (25), dia do dentista. O anúncio foi feito pelo presidente do Somge (Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais), Luciano Eloi Santos.

A terceira paralisação nacional de enfrentamento aos convênios, que tem o apoio da Associação Brasileira de Odontologia, de acordo com Santos, é um protesto contra a "exploração abusiva dos planos odontológicos".

O protesto foi feito anunciado em audiência pública na Câmara dos Deputados que discutia os principais problemas entre dentistas e operadores de planos de saúde, principalmente sobre a tabela de honorários e as exigência de exames radiográficos para pacientes.

"Expor o paciente e o profissional [aos exames radiográficos] é um absurdo. O paciente vai fazer uma restauração e o plano exige que faça um raio X antes e um depois para confirmar o procedimento", disse o presidente do sindicado de Minas Gerais.

O valor pago por procedimento foi outra queixa da categoria. José Carrijo Bron, representante da Federação Interestadual dos Odontologistas, disse que planos odontológicos estão sendo oferecidos até como brindes. "O que se recebe não remunera nem o custo operacional", declarou Bron, acrescentando que há planos que pagam R$ 12, R$ 10, e até menos por alguns procedimentos, e que ainda postergam artificialmente o pagamento.

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) reconhece que há "um desequilíbrio grande" na relação entre os dentistas e os planos. Bruno Sobral de Carvalho, diretor de Desenvolvimento Setorial do órgão, afirmou que "a grande maioria dos contratos não é clara e nem objetiva [quanto às cláusulas de reajuste], preveem apenas a negociação das partes".

Carvalho informou que no fim deste ano, a ANS vai publicar uma cartilha com os direitos e deveres dos prestadores de serviços de planos de saúde odontológicos. O diretor disse ainda que a agência vai estudar novas formas de sanção "mais efetivas do que multas" e novas regras de credenciamento e descredenciamento, para que este processo seja mais claro para os beneficiários.

Folha de São Paulo

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