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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aumento no número de casos de coqueluche em PE preocupa médicos


Até os anos 1990, a coqueluche era uma doença controlada no Brasil. Entretanto, o surgimento de novos casos tem preocupado autoridades da área de saúde em todo o país; só este ano, foram registrados 1.759 casos, com 39 mortes. Em Pernambuco, até a segunda-feira (24), foram 140 casos de Coqueluche confirmados, com uma morte registrada, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Em 2011, foram 80 casos confirmados, com duas mortes; em 2010, foram 30 casos e nenhuma morte.

Por conta do avanço, nesta terça (25), é celebrado o Dia Latino-Americano Contra a Coqueluche. De acordo a médica Analíria Pimentel, professora e pesquisadora na Universidade de Pernambuco (UPE), a data foi estabelecida como uma forma de frear o avanço da doença: países como Colômbia, Argentina e Costa Rica e estados como Bahia e Alagoas registraram surtos recentemente. A doença, que também é chamada de tosse comprida, tosse com guincho ou espasmódica, afeta o sistema respiratório e, se não for tratada, pode levar à morte.

Uma pesquisa realizada no Recife aponta que a preocupação entre os adultos deve aumentar; antes, o principal foco de campanhas era nas crianças, que chegam à morte mais facilmente. “O problema é que cada adulto, para cada caso de coqueluche, gera 17 casos. Nós, adultos, somos a fonte de transmissão para bebês”, contou Analíria Pimentel. A doença é transmitida principalmente através de gotículas de saliva, na hora da tosse ou do espirro.

Muitas vezes a coqueluche se espalha porque as pessoas confundem o principal sintoma – a tosse seca – com uma alergia ou uma asma. “Qualquer tosse seca e irritativa por mais de 14 dias, os médicos têm que pensar na coqueluche”, destacou Analíria. Para evitar que a doença se espalhe, além da percepção dos adultos que podem estar infectados, os bebês devem ser vacinados nos primeiros meses de vida.

O tratamento contra a coqueluche é feito com macrolídeos, que são antibióticos específicos; a princípio, o remédio evita a transmissão. “É um novo tempo que a gente precisa ficar em alerta. A gente tem que fazer um diagnóstico precoce, porque assim que a gente vai evitar que nossos bebês, as nossas grávidas tenham a coqueluche”, concluiu a doutora Analíria Pimentel.

Do G1 PE

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