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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Bacamarteiros comemoram cem anos de história


Reza a lenda que os bacamarteiros são encarregados de acordar os santos juninos. Assim sendo, os Bacamarteiros de Santa Luzia, no município de Belo Jardim, Agreste de Pernambuco, têm acordado a tropa celeste há mais de 100 anos. Tanta longevidade deve-se, sobretudo, ao amor pelo ofício. A arte inclui desfiles, exibições de bravura, trajes azuis, chapéus de couro, sandálias, cartucheiras de flandres, pólvora seca socada em pilão, estrondos ensurdecedores e banda de pífanos. As troças de bacamarte são inspiradas nos combates dos sertanejos que lutaram na guerra do Paraguai (1864-1870). Passado os anos de conflito, permaneceu a tradição e os atiradores festeiros ganharam espaço, sobretudo, no interior do país. Geralmente, a hierarquia da troça é quase militar e os bacamarteiros seguem ordens do comandante. Neste caso, há até um estatuto, o qual deve ser seguido e respeitado pelos membros da Associação. O bacamarte é uma arma de fogo curta e de cano largo. É de grande calibre e foi muito usada nos séculos XVIII e XIX. Devido ao seu peso, de até 15 quilos, o seu disparo era feito amparado por uma espécie de ‘muro’, pois o disparo do ombro do atirador era impossível. A manutenção feita pelos próprios bacamarteiros com enxofre e nitrato, mas precisa de uma licença do Exército. Pela falta de chumbo em sua composição, o tiro não possui a capacidade de perfuração, mas se atingir uma pessoa, certamente, vai causar queimaduras graves.

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